Ana Maria Primavesi
Engenheira agrônoma e importante pesquisadora da agroecologia e da agricultura orgânica. Nascida da Austria e com atuação no Brasil, ela foi uma das pioneiras na preservação do solo e na recuperação de áreas degradadas a partir de uma abordagem integrada. Também foi professora da Universidade Federal de Santa Maria, onde ajudou a instalar o primeiro curso de pós-graduação em agricultura orgânica e foi uma das fundadoras da Associação da Agricultura Orgânica (AAO).
Carolina Maria de Jesus
Uma das primeiras escritora negra no Brasil a ter projeção internacional. Viveu parte da vida na favela do Canindé, zona norte de São Paulo, e sustentava seus três filhos como catadora de papel. Parte dessa trajetória está no livro Quarto de Despejo, diário de uma favelada, lançado em 1960. A fome tem um papel central na obra, mostrando de forma contundente como é o cotidiano de gestão do processo da fome pela população mais atingida por ela, mulheres, negras e pobres. Apesar da multiplicidade das Carolinas, o racismo editorial da época impediu que ela extrapolasse a temática da pobreza.
Herbert José de Sousa
Mais conhecido como Betinho, foi sociólogo e ativista, criador da Ação da Cidadania em 1993 e o Natal sem fome, uma das maiores campanhas brasileiras que impactou mais de 20 milhões de pessoas. A Ação da Cidadania existe até hoje e formou uma extensa rede geridas por comitês locais da sociedade civil organizada pelo combate à fome. Betinho teve também importante atuação política durante o governo de João Goulart e de Salvador Allende no Chile, quando esteve exilado pelo golpe civil-militar de 1964.
Josué de Castro
Pernambucano e médico de formação, foi umas das maiores vozes contra a fome no Brasil. Além de ter lançado diversos livros sobre o tema, como Geografia da Fome em 1946, ele atuou politicamente pela criação de políticas públicas de enfrentamento do problema, como a lei do salário mínimo, a criação de restaurantes populares e a alimentação escolar. Foi eleito presidente do conselho da FAO em 1952 e criou a Associação Mundial de Luta Contra Fome em 1957. Foi exilado pelo golpe civil-militar em 1964 por, entre outros motivos, sua luta pela reforma agrária.